Primeiramente, desculpas pela demora em postar algo a respeito, mas prefiro gastar o exíguo tempo disponível na bancada do que registrando e publicando o passo-a-passo da montagem. Assim, algumas fases vão ficar na descrição pois nem com o celular à mão desvio muito o meu foco para registrar o que vou fazendo. É uma questão de disciplina, pretendo melhorar nesse aspecto e me comunicar mais e molhor por aqui.
Mea culpa.
Bom, o tão esperado kit chegou, foi no mesmo dia para review e em seguida para a bancada, “atropelando” o meu projeto ultrasupersecreto que, espero, ficará pronto muito em breve (espero que a tempo do GPPSD).
O review já dava boas expectativas, e de fato, este é um kit e tanto, especialmente em se tratando de 1/72. Resumindo, é o mesmo kit 1/48 reduzido com algumas (boas!) simplificações, que poderiam facilmente ter sido adotadas no kit 1/48.
Exemplo? A montagem dos escapamentos, que no 1/48 tem um suporte pouco usual em kits de Spitfire que praticamente exige que os escapamentos sejam montados antes do fechamento da fuselagem, dificultando a pintura e o acabamento da região adjacente. No 1/72, a Eduard optou por um sistema mais convencional que permite a pintura dos escapamentos à parte e ainda facilita a vida de quem optar por uma peça em resina, mais detalhada.
Por outro lado, a simplificação tirou algumas coisas bacanas do 1/48, como por exemplo os profundores posicionáveis. Spitfires no solo quase sempre ficavam com os profundores arriados, só que o kit traz os profundores fixos na posição “horizontal”.
Algumas complicações aparentemente irritantes do kit 1/48 da Eduard continuam no 1/72 também, como os capôs superior e inferior do motor bipartidos. Infelizmente, essas peças (de difícil alinhamento, diga-se de passagem) são assim por limitações na injeção de plástico a um custo razoável. A solução rápida é usar peças em resina; a Eduard já está oferecendo as capotas superiores (as mais aparentes e difíceis de alinhar) na linha Brassin e creio que teremos várias outras opções logo. A Quickboost também já está nessa corrida...
A novidade ruim deste kit é que a qualidade da moldagem de algumas peças, especialmente na árvore “comum” que traz as peças menores é algo inferior ao padrão recente da Eduard. Posso destacar aqui os escapamentos, rodas, canhões e as pernas do trem de pouso, que realmente destoam não só do kit mas também de outros kits 1/72 da Eduard. Coincidentemente ou não alguns desses itens estão sendo oferecidos com qualidade muito superior em resina na linha Brassin...
A proposta desta montagem era fazê-lo essencialmente com o que veio “na caixa, ainda mais em se tratando de um Profipack, com fotogravados, decais e máscaras para o canopi. Na hora da verdade acabei optando por usar neste modelo os escapamentos fishtail (672110) e as rodas de 5 raios/pneus lisos (672106) da Eduard/Brassin e canhões da Master (AM-72-004). Todos acrescentaram bastante ao kit em termos de qualidade.
Para completar, testei para a pintura um conjunto de máscaras da AML em vinil (7309), que tinha no meu “estoque”. Específica para Spits IX, funcionou perfeitamente – e por um preço consideravelmente inferior ao de outras marcas.
Das rodas usei a de baixo...
Spitfire IXc Eduard 1/72 "Clostermann"
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Spitfire IXc Eduard 1/72 "Clostermann"
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Re: Spitfire IXc Eduard 1/72 "Clostermann"
Montagem
Começa pelo cockpit, certo?
Não!
Um dryfit básico é muito bom para se procurar problemas futuros - e saná-los a tempo
Agora sim.
Para quem conhece o kit 1/48 é como encontrar um bom e velho conhecido. Basicamente está tudo lá, do mesmo jeito, só que miniaturizado... o que complica a montagem porque as peças são consideravelmente menores e as margens de erro encolhem junto. A sorte é que a engenharia das peças é muito boa e não creio que um modelista minimamente experiente não consiga tirar um bom leite dessa pedra. Cuidado apenas para não cair numa pegadinha, que me custou uma tarde inteira para corrigir: a Eduard mudou o design dos cintos em fotogravado. A instalação ficou mais simples e o resultado é mais correto, mas fica a dica: se você está acostumado a montar cintos tipo Sutton estude bem a peça e siga as instruções, elas estão corretas. Eu fui no automático e quebrei a cara.
Para pintar o interior, usei basicamente tintas da Vallejo Model Air. O Interior Green foi feito com o IDF Green; o assento em matéria plástica foi pintado a minha mistura “secreta” de marrons (Rust e Burnt Umber), além de toques de preto, aluminium, etc. Future, um wash da Vallejo, um verniz semigloss, drybrush com um cinza claro e voilá! um cockpit ótimo para a escala. Não esqueça de dar uma fosqueada no painel e fazer os “vidros” no painel. Eu fiz os meus com gotículas de Micro Krystal Klear, mas você também pode usar cola branca, CA, verniz e até Future. A gosto do freguês.
Fechar o pastel da fuselagem foi uma tranquilidade. Basta prestar atenção ao alinhamento das peças e se ficou alguma sobra do painel pros lados (colando com cuidado isso não acontece). Certifique-se se não esqueceu de nada – uma coisa fácil de acontecer, por exemplo, é o estojo da bequilha. O encaixe é perfeito, só se erra se quiser. Para a colagem das metades, uma cola lenta, usada como cola de contato, é normalmente a minha opção. Neste kit eu usei a Tamyia “tampa branca”. Aplica-se em ambas as superfícies de contato uma pequena quantidade e conto até dez, o tempo pra amolecer um pouco o plástico e a parte líquida “evaporar”. Depois, uno as peças e tenho um pequeno hiato de tempo para ajustar qualquer falha de alinhamento. Não precisa usar grampos, elástico, etc que invariavelmente resultam em derrames de plástico nas juntas. A soldagem fica muito sólida, permitindo um manuseio até agressivo do kit, desde que se deixe tudo secar adequadamente. Caso algum ponto precise de retoque, pense duas vezes – em geral no emassamento fica mais fácil de ajustar. Se não tiver jeito, normalmente uso uma cola lenta líquida – a Humbrol Poly é a minha favorita. Eu deixo descansar pelo menos uma boa noite de sono antes de quaisquer lixas e/ou outros ajustes.
Continua!
Começa pelo cockpit, certo?
Não!
Um dryfit básico é muito bom para se procurar problemas futuros - e saná-los a tempo
Agora sim.
Para quem conhece o kit 1/48 é como encontrar um bom e velho conhecido. Basicamente está tudo lá, do mesmo jeito, só que miniaturizado... o que complica a montagem porque as peças são consideravelmente menores e as margens de erro encolhem junto. A sorte é que a engenharia das peças é muito boa e não creio que um modelista minimamente experiente não consiga tirar um bom leite dessa pedra. Cuidado apenas para não cair numa pegadinha, que me custou uma tarde inteira para corrigir: a Eduard mudou o design dos cintos em fotogravado. A instalação ficou mais simples e o resultado é mais correto, mas fica a dica: se você está acostumado a montar cintos tipo Sutton estude bem a peça e siga as instruções, elas estão corretas. Eu fui no automático e quebrei a cara.
Para pintar o interior, usei basicamente tintas da Vallejo Model Air. O Interior Green foi feito com o IDF Green; o assento em matéria plástica foi pintado a minha mistura “secreta” de marrons (Rust e Burnt Umber), além de toques de preto, aluminium, etc. Future, um wash da Vallejo, um verniz semigloss, drybrush com um cinza claro e voilá! um cockpit ótimo para a escala. Não esqueça de dar uma fosqueada no painel e fazer os “vidros” no painel. Eu fiz os meus com gotículas de Micro Krystal Klear, mas você também pode usar cola branca, CA, verniz e até Future. A gosto do freguês.
Fechar o pastel da fuselagem foi uma tranquilidade. Basta prestar atenção ao alinhamento das peças e se ficou alguma sobra do painel pros lados (colando com cuidado isso não acontece). Certifique-se se não esqueceu de nada – uma coisa fácil de acontecer, por exemplo, é o estojo da bequilha. O encaixe é perfeito, só se erra se quiser. Para a colagem das metades, uma cola lenta, usada como cola de contato, é normalmente a minha opção. Neste kit eu usei a Tamyia “tampa branca”. Aplica-se em ambas as superfícies de contato uma pequena quantidade e conto até dez, o tempo pra amolecer um pouco o plástico e a parte líquida “evaporar”. Depois, uno as peças e tenho um pequeno hiato de tempo para ajustar qualquer falha de alinhamento. Não precisa usar grampos, elástico, etc que invariavelmente resultam em derrames de plástico nas juntas. A soldagem fica muito sólida, permitindo um manuseio até agressivo do kit, desde que se deixe tudo secar adequadamente. Caso algum ponto precise de retoque, pense duas vezes – em geral no emassamento fica mais fácil de ajustar. Se não tiver jeito, normalmente uso uma cola lenta líquida – a Humbrol Poly é a minha favorita. Eu deixo descansar pelo menos uma boa noite de sono antes de quaisquer lixas e/ou outros ajustes.
Continua!
Sempre aprendendo...
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Re: Spitfire IXc Eduard 1/72 "Clostermann"
Continuando,
As asas também são uma tranquilidade para montar. Tendo algum foco, disciplina e seguindo a ordem, não há como errar a montagem das caixas das rodas. A forma mais prática de montá-las é, depois de cuidadosamente limpos, colocar um de cada vez os segmentos no seus lugares e fixá-los com uma cola líquida tipo MEK, Jét, Tamyia tampa verde ou Humbrol Poly (da mais “rápida” pra mais “lenta”). Só pra contrariar, eu usei a minha “favorita” pra essas coisas – MEK, que seca ultra rápido e praticamente não deixa marcas de plástico derretido. Para unir as asas superiores às inferiores, novamente a Tamyia “tampa branca” como descrito acima.
Uma escolha que a Eduard fez que não é 100% do meu agrado é que os bordos de fuga internos das asas são em duas partes. Vários fabricantes optam por moldar os flaps no bordo de fuga da asa superior, deixando-o corretamente fino. Com a solução de duas metades, é praticamente impossível fazer um bordo de fuga suficientemente afilado para a escala. Bem que eu tentei, lixa e paciência e cuidado para não destruir os detalhes, mas nota dez não fica. Entendo que essa configuração viabiliza a montagem dos flaps arriados, disponibilizados como de costume como um set à parte pela Eduard, mas acho que o bordo de fuga mais grosso é um preço alto a ser pago por mais de 90% dos modelistas que não pretendem montar os flaps do seu Spitfire arriados. Enfim...
Os radiadores subalares são relativamente simples de serem montados, embora envolvam uma boa quantidade de peças (5+2 fotogravados cada). Não esqueça de pintar as telas dos radiadores (que são em fotogravado) e o interior das suas naceles, inclusive a parte inferior das asas que ficam lá dentro. Eu optei por deixar os “vents” de saída fechados, mas foi apenas uma escolha minha – no dryfit, eles abertos ficaram ótimos também.
Unir a fuselagem e as asas foi absolutamente simples. Praticamente zero frestas, somente precisei usar um fiozinho de massa acrílica Vallejo (aquela que sai com um cotonete úmido) aqui e ali, e isso porque estava sendo exigente.
As temidas capotas do nariz foram, como já disse, trabalhosas, mas nada de mais. Emendei as peças antes de fixa-las no nariz, procurando garantir o melhor alinhamento possível. As eventuais frestas, etc podem ser corrigidas com as peças instaladas em definitivo no nariz, o que garante maior facilidade de manuseio e integridade dos conjuntos. O “queixo” ficou praticamente perfeito, a parte superior ficou 95% porque algumas frestas nanoscópicas insistiam em ficar aparecendo após uma camada de primer. Afinal consegui eliminá-las mas ao custo de uma pequena perda de qualidade do detalhamento de rebites e algumas boas e tediosas horas. Moral da história: para melhores e mais rápidos resultados, recomendo fortemente que pelo menos as capotas superiores sejam substituídas por peças em resina. Claro, não esqueça da tampa em fotogravado do filtro de ar, no queixo. Eu omiti a telinha, que fica praticamente invisível no 1/48 e, numa boa, é imperceptível no 1/72 – além de ser bastante chata de colocar no lugar.
Com as emendas revistas e emassadas (praticamente nada afora a capota do nariz) e as linhas de painel e rebites realçados, começa a preparação para a pintura com um passe de esponja-lixa 1000 para remover irregularidades e deixar a superfície mais amigável para as tintas.
Antes de pintar propriamente, colei no lugar o colimador e fixei o parabrisas e a transparência a ré do assento do piloto com cola líquida. Fica mais resistente ao manuseio e no fim das contas não devo precisar mais mexer lá dentro mesmo... Apliquei as máscaras que vêm no kit, excelentes como tinha que ser. Aproveitei a deixa e mascarei também a peça corrediça do canopi, em separado. Esse mascaramento exige um pouco de máscara líquida, usei a da ParaBellum que nos foi gentilmente ofertada pelo seu dono numa visita à Associação. Bom produto, funcionou perfeitamente. Montei a peça com blu-tack num palitinho e deixei de lado para pintar.
Fechei em seguida o cockpit com fita Tamyia reforçada com um pouco de máscara líquida aqui e ali para evitar derrames. Usei uma das portas extra que vêm no kit para tampar a lateral. A porta que será usada vai ser trabalhada à parte e montada nas fases finais.
Agora em retrospectiva , ao meu ver cometi um pequeno erro ao colar no lugar os canhões e aqueles “ganchos” de retenção do tanque suplementar slipper que ficam no ventre, logo à frente dos flaps interiores. Com o manuseio durante a pintura ambas as peças se quebraram e ficaram pouco usáveis. Os ganchos foram refabricados em scratch e os canhões, que já não eram grande coisa, foram substituídos por um par de canhões torneados em metal da Master, muito melhores. Ambos só foram colocados com a pintura praticamente pronta. Sugestão: deixe esses itens para depois.
malditos ganchos...
Continua...
As asas também são uma tranquilidade para montar. Tendo algum foco, disciplina e seguindo a ordem, não há como errar a montagem das caixas das rodas. A forma mais prática de montá-las é, depois de cuidadosamente limpos, colocar um de cada vez os segmentos no seus lugares e fixá-los com uma cola líquida tipo MEK, Jét, Tamyia tampa verde ou Humbrol Poly (da mais “rápida” pra mais “lenta”). Só pra contrariar, eu usei a minha “favorita” pra essas coisas – MEK, que seca ultra rápido e praticamente não deixa marcas de plástico derretido. Para unir as asas superiores às inferiores, novamente a Tamyia “tampa branca” como descrito acima.
Uma escolha que a Eduard fez que não é 100% do meu agrado é que os bordos de fuga internos das asas são em duas partes. Vários fabricantes optam por moldar os flaps no bordo de fuga da asa superior, deixando-o corretamente fino. Com a solução de duas metades, é praticamente impossível fazer um bordo de fuga suficientemente afilado para a escala. Bem que eu tentei, lixa e paciência e cuidado para não destruir os detalhes, mas nota dez não fica. Entendo que essa configuração viabiliza a montagem dos flaps arriados, disponibilizados como de costume como um set à parte pela Eduard, mas acho que o bordo de fuga mais grosso é um preço alto a ser pago por mais de 90% dos modelistas que não pretendem montar os flaps do seu Spitfire arriados. Enfim...
Os radiadores subalares são relativamente simples de serem montados, embora envolvam uma boa quantidade de peças (5+2 fotogravados cada). Não esqueça de pintar as telas dos radiadores (que são em fotogravado) e o interior das suas naceles, inclusive a parte inferior das asas que ficam lá dentro. Eu optei por deixar os “vents” de saída fechados, mas foi apenas uma escolha minha – no dryfit, eles abertos ficaram ótimos também.
Unir a fuselagem e as asas foi absolutamente simples. Praticamente zero frestas, somente precisei usar um fiozinho de massa acrílica Vallejo (aquela que sai com um cotonete úmido) aqui e ali, e isso porque estava sendo exigente.
As temidas capotas do nariz foram, como já disse, trabalhosas, mas nada de mais. Emendei as peças antes de fixa-las no nariz, procurando garantir o melhor alinhamento possível. As eventuais frestas, etc podem ser corrigidas com as peças instaladas em definitivo no nariz, o que garante maior facilidade de manuseio e integridade dos conjuntos. O “queixo” ficou praticamente perfeito, a parte superior ficou 95% porque algumas frestas nanoscópicas insistiam em ficar aparecendo após uma camada de primer. Afinal consegui eliminá-las mas ao custo de uma pequena perda de qualidade do detalhamento de rebites e algumas boas e tediosas horas. Moral da história: para melhores e mais rápidos resultados, recomendo fortemente que pelo menos as capotas superiores sejam substituídas por peças em resina. Claro, não esqueça da tampa em fotogravado do filtro de ar, no queixo. Eu omiti a telinha, que fica praticamente invisível no 1/48 e, numa boa, é imperceptível no 1/72 – além de ser bastante chata de colocar no lugar.
Com as emendas revistas e emassadas (praticamente nada afora a capota do nariz) e as linhas de painel e rebites realçados, começa a preparação para a pintura com um passe de esponja-lixa 1000 para remover irregularidades e deixar a superfície mais amigável para as tintas.
Antes de pintar propriamente, colei no lugar o colimador e fixei o parabrisas e a transparência a ré do assento do piloto com cola líquida. Fica mais resistente ao manuseio e no fim das contas não devo precisar mais mexer lá dentro mesmo... Apliquei as máscaras que vêm no kit, excelentes como tinha que ser. Aproveitei a deixa e mascarei também a peça corrediça do canopi, em separado. Esse mascaramento exige um pouco de máscara líquida, usei a da ParaBellum que nos foi gentilmente ofertada pelo seu dono numa visita à Associação. Bom produto, funcionou perfeitamente. Montei a peça com blu-tack num palitinho e deixei de lado para pintar.
Fechei em seguida o cockpit com fita Tamyia reforçada com um pouco de máscara líquida aqui e ali para evitar derrames. Usei uma das portas extra que vêm no kit para tampar a lateral. A porta que será usada vai ser trabalhada à parte e montada nas fases finais.
Agora em retrospectiva , ao meu ver cometi um pequeno erro ao colar no lugar os canhões e aqueles “ganchos” de retenção do tanque suplementar slipper que ficam no ventre, logo à frente dos flaps interiores. Com o manuseio durante a pintura ambas as peças se quebraram e ficaram pouco usáveis. Os ganchos foram refabricados em scratch e os canhões, que já não eram grande coisa, foram substituídos por um par de canhões torneados em metal da Master, muito melhores. Ambos só foram colocados com a pintura praticamente pronta. Sugestão: deixe esses itens para depois.
malditos ganchos...
Continua...
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Re: Spitfire IXc Eduard 1/72 "Clostermann"
Pintura
Primeiramente, peço desculpas por não ter fotografado muito o processo... estava muito focado em fazer as coisas direito, era a primeira vez que usava vários dos produtos e, bem, não fotografei.
Comecei pintando os frames do canopi, inclusive a corrediça, primeiro com o meu Interior Green. Limpos os excessos, passei ao primer. Usei o Vallejo cinza, de que eu gosto muito. Eu tinha me programado para usar o da Drycolor, mas fiquei com receio dele reagir mal com o acrílico usado nos frames e acabei aplicando o primer acrílico mesmo. No final foi bom, porque (1) deixei o primer secar por alguns dias – estava velejando nos próximos dois finais de semana e não teria mesmo tempo de ficar mexendo no modelo – e (2) após bem curado, o primer funcionou perfeitamente com a tinta automotiva que usei por cima. Pouquíssimos retoques foram necessários, basicamente só na maldita junta do capô do nariz superior que insistia em apresentar uma linha capilar que não saía por nada. Um pouco de Mr. Surfacer 500 aplicado com palito e lixa 1000/1500 acabaram por dar cabo dela, mas com isso foi-se mais um dia de trabalho.
As faixas amarelas dos bordos de ataque das asas foram pintadas com Vallejo Model Air e mascaradas.
Tomei coragem e apliquei a Drycolor, começando pela faixa Sky na cauda e o cubo da hélice (as duas peças do cubo, ainda desmontadas). A tinta é um sonho de se usar, especialmente para quem está acostumado com acrílicas. É finíssima, cobre incrivelmente bem e flui como água no aerógrafo. O acabamento é nada menos que perfeito, e seca em poucos minutos. E, melhor, não afetou o primer por baixo nem saiu junto da fita de mascaramento depois.
Deixei ela secar bem, de um dia pro outro, testei, abusei, retoquei e francamente virei freguês dessas tintas poliéster. Apliquei o Medium Sea Grey, o Ocean Grey e por fim o Dark Green, usando as máscaras de vinil da AML e fita 3M de vinil azul, Tamyia e Gator onde necessário. Um ajuste aqui, outro ali, em pouco tempo a pintura estava pronta, impecável. Pegando o procedimento de como trabalhar com a tinta, a pipeta, a limpeza do aerógrafo, francamente é tão ou mais rápido e simples que mexer com acrílicas. Gostei demais.
As faixas de invasão pretas e brancas foram pintadas com aerógrafo usando tinta Vallejo Model Air. Demarcar as faixas exige um certo trabalho, pois não há máscaras pré-fabricadas para elas (alô, Eduard, ajuda a vida dos clientes!). Eu me vali de alguns desenhos de referência, fita Tamyia, uma boa régua e muita, muita paciência. Trabalho pra uma manhã inteira de sábado. Pintei primeiro a área toda em branco e depois as faixas pretas. O mais difícil é manter as faixas paralelas e com a mesma espessura, a despeito dos vários obstáculos como os radiadores e as caixas de rodas. Fiz isso com o uso de pequenos quadradinhos de fita na largura exata que serviram de gabarito para guiar as fitas (3M flexíveis) que marcaram as bordas das faixas. Por falar em caixa de rodas, não esqueça de alinhavar as portas do trem de pouso com blu-tack no seu lugar na posição “fechada” e aproveitar a demarcação das faixas na asa para posicionar a pintura das portas com perfeição.
Selei tudo com o verniz rápido pronto para aplicação poliéster da Lazzuril, o que já havia testado em outro projeto (secreto!) e que havia comprovadamente se revelado inexpugnável, permitindo toda sorte de abusos. Como ele dá um bom brilho, apliquei os decalques do kit diretamente sobre eles.
Os decalques são muito bons, embora um pouco elásticos – o que pode ser bom e ruim, dependendo da forma como são aplicados. Eles de fato se conformam muito bem às superfícies, mas a elasticidade pode fazer com que eles se deformem de forma indesejável.
São dezenas e dezenas de decalques, a maioria estênceis minúsculos embora legíveis. Quem já decalcou um Spit 1/48 já sabe, imagine um 1/72... passei uma manhã/tarde agradável na Associação aplicando eles, entremeados com muito papo.
Decais aplicados, um pouco de Micro Sol para abaixar alguns cantos e linhas renitentes (eu cultivo o hábito de passar uma lâmina 11 nova nas frestas dos decalques para incentivá-los a ceder ao chamamento das soluções de abaixamento). O resultado ficou perfeito, nenhum silvering apreciável nem linha ou detalhe não abaixado adequadamente – salvo aqueles que eu porventura não vi até agora.
Depois de uma noite secando, mais um verniz, agora brilhante e acrílico para selar os decalques e receber o wash. Usei o implacável Future para isso. Gosto dele porque, especialmente após a cura, pode ser até pisoteado (!!) que não mancha nem arranha. Afinal, é um produto feito para ser molhado, pisado, abusado após aplicado... em pisos!
Future curado e brilhante (foram bem umas 3 demãos), wash nas linhas de painel, etc. Usei o Paneliner Grey-Blue da AK, um esmalte bastante diluído, cinza escuro quase um Gris da Payne. O produto é incrível, aplica-se com um pincel aproximadamente sobre as linhas de painel e depois de alguns minutos (seco ao toque) limpa-se o excesso. O produto não ataca o verniz acrílico e fica somente nos recessos. Eu experimentei e aprovei umas esponjinhas descartáveis para maquilagem, que são feitas de espuma de PU superfina e não se desmancham ou soltam fragmentos como é o caso do papel, cotonetes e paninhos. O material resiste muito bem à aguarrás e é muito absorvente, sendo muito indicado para esse tipo de trabalho. Custa pouco mais de 10 reais um pacote com várias dúzias delas e é encontrado em lojas de materiais para salão de beleza (há muitas por aí).
Wash seco, hora dos filtros, técnica que experimentei poucas vezes e não com o produto que usei desta vez. Fiz na verdade dois filtros, um com um produto da AK (Landing Gear Dust), diluído 1:5 em aguarrás e outro à base de tinta a óleo também diluída em aguarrás. Como preparação, uma generosa camada de verniz fosco acrílico (Vallejo, usei o Satin) para não ter um wash ao invés de um filtro. O resultado em ambos os casos foi o que eu queria, muito sutil clareando os centros dos painéis mais expostos à luz solar direta. O contraste mal aparece nas fotos e é pouco perceptível a olho nu, como eu queria.
O Mosquito e o spitfire
Os últimos detalhes e o resultado eu posto amanhã
Primeiramente, peço desculpas por não ter fotografado muito o processo... estava muito focado em fazer as coisas direito, era a primeira vez que usava vários dos produtos e, bem, não fotografei.
Comecei pintando os frames do canopi, inclusive a corrediça, primeiro com o meu Interior Green. Limpos os excessos, passei ao primer. Usei o Vallejo cinza, de que eu gosto muito. Eu tinha me programado para usar o da Drycolor, mas fiquei com receio dele reagir mal com o acrílico usado nos frames e acabei aplicando o primer acrílico mesmo. No final foi bom, porque (1) deixei o primer secar por alguns dias – estava velejando nos próximos dois finais de semana e não teria mesmo tempo de ficar mexendo no modelo – e (2) após bem curado, o primer funcionou perfeitamente com a tinta automotiva que usei por cima. Pouquíssimos retoques foram necessários, basicamente só na maldita junta do capô do nariz superior que insistia em apresentar uma linha capilar que não saía por nada. Um pouco de Mr. Surfacer 500 aplicado com palito e lixa 1000/1500 acabaram por dar cabo dela, mas com isso foi-se mais um dia de trabalho.
As faixas amarelas dos bordos de ataque das asas foram pintadas com Vallejo Model Air e mascaradas.
Tomei coragem e apliquei a Drycolor, começando pela faixa Sky na cauda e o cubo da hélice (as duas peças do cubo, ainda desmontadas). A tinta é um sonho de se usar, especialmente para quem está acostumado com acrílicas. É finíssima, cobre incrivelmente bem e flui como água no aerógrafo. O acabamento é nada menos que perfeito, e seca em poucos minutos. E, melhor, não afetou o primer por baixo nem saiu junto da fita de mascaramento depois.
Deixei ela secar bem, de um dia pro outro, testei, abusei, retoquei e francamente virei freguês dessas tintas poliéster. Apliquei o Medium Sea Grey, o Ocean Grey e por fim o Dark Green, usando as máscaras de vinil da AML e fita 3M de vinil azul, Tamyia e Gator onde necessário. Um ajuste aqui, outro ali, em pouco tempo a pintura estava pronta, impecável. Pegando o procedimento de como trabalhar com a tinta, a pipeta, a limpeza do aerógrafo, francamente é tão ou mais rápido e simples que mexer com acrílicas. Gostei demais.
As faixas de invasão pretas e brancas foram pintadas com aerógrafo usando tinta Vallejo Model Air. Demarcar as faixas exige um certo trabalho, pois não há máscaras pré-fabricadas para elas (alô, Eduard, ajuda a vida dos clientes!). Eu me vali de alguns desenhos de referência, fita Tamyia, uma boa régua e muita, muita paciência. Trabalho pra uma manhã inteira de sábado. Pintei primeiro a área toda em branco e depois as faixas pretas. O mais difícil é manter as faixas paralelas e com a mesma espessura, a despeito dos vários obstáculos como os radiadores e as caixas de rodas. Fiz isso com o uso de pequenos quadradinhos de fita na largura exata que serviram de gabarito para guiar as fitas (3M flexíveis) que marcaram as bordas das faixas. Por falar em caixa de rodas, não esqueça de alinhavar as portas do trem de pouso com blu-tack no seu lugar na posição “fechada” e aproveitar a demarcação das faixas na asa para posicionar a pintura das portas com perfeição.
Selei tudo com o verniz rápido pronto para aplicação poliéster da Lazzuril, o que já havia testado em outro projeto (secreto!) e que havia comprovadamente se revelado inexpugnável, permitindo toda sorte de abusos. Como ele dá um bom brilho, apliquei os decalques do kit diretamente sobre eles.
Os decalques são muito bons, embora um pouco elásticos – o que pode ser bom e ruim, dependendo da forma como são aplicados. Eles de fato se conformam muito bem às superfícies, mas a elasticidade pode fazer com que eles se deformem de forma indesejável.
São dezenas e dezenas de decalques, a maioria estênceis minúsculos embora legíveis. Quem já decalcou um Spit 1/48 já sabe, imagine um 1/72... passei uma manhã/tarde agradável na Associação aplicando eles, entremeados com muito papo.
Decais aplicados, um pouco de Micro Sol para abaixar alguns cantos e linhas renitentes (eu cultivo o hábito de passar uma lâmina 11 nova nas frestas dos decalques para incentivá-los a ceder ao chamamento das soluções de abaixamento). O resultado ficou perfeito, nenhum silvering apreciável nem linha ou detalhe não abaixado adequadamente – salvo aqueles que eu porventura não vi até agora.
Depois de uma noite secando, mais um verniz, agora brilhante e acrílico para selar os decalques e receber o wash. Usei o implacável Future para isso. Gosto dele porque, especialmente após a cura, pode ser até pisoteado (!!) que não mancha nem arranha. Afinal, é um produto feito para ser molhado, pisado, abusado após aplicado... em pisos!
Future curado e brilhante (foram bem umas 3 demãos), wash nas linhas de painel, etc. Usei o Paneliner Grey-Blue da AK, um esmalte bastante diluído, cinza escuro quase um Gris da Payne. O produto é incrível, aplica-se com um pincel aproximadamente sobre as linhas de painel e depois de alguns minutos (seco ao toque) limpa-se o excesso. O produto não ataca o verniz acrílico e fica somente nos recessos. Eu experimentei e aprovei umas esponjinhas descartáveis para maquilagem, que são feitas de espuma de PU superfina e não se desmancham ou soltam fragmentos como é o caso do papel, cotonetes e paninhos. O material resiste muito bem à aguarrás e é muito absorvente, sendo muito indicado para esse tipo de trabalho. Custa pouco mais de 10 reais um pacote com várias dúzias delas e é encontrado em lojas de materiais para salão de beleza (há muitas por aí).
Wash seco, hora dos filtros, técnica que experimentei poucas vezes e não com o produto que usei desta vez. Fiz na verdade dois filtros, um com um produto da AK (Landing Gear Dust), diluído 1:5 em aguarrás e outro à base de tinta a óleo também diluída em aguarrás. Como preparação, uma generosa camada de verniz fosco acrílico (Vallejo, usei o Satin) para não ter um wash ao invés de um filtro. O resultado em ambos os casos foi o que eu queria, muito sutil clareando os centros dos painéis mais expostos à luz solar direta. O contraste mal aparece nas fotos e é pouco perceptível a olho nu, como eu queria.
O Mosquito e o spitfire
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