Continuando...
Eu havia desistido de fazer a carenagem na bequilha, para não perder tempo com essa parte, mas como ganhei uma folga que não estava nos planos, decidi fazer. Só optei por simplificar um pouco. Coloquei um forro por baixo dela e na parte dianteira chapei uma placa de metal.
Como esse P-47 é um kit muito "batido", para o bem ou para o mal, acho o diferencial válido.
Para fazer a peça usei uma massa Clay média e as ferramentas para o desbaste. Essas ferramentas atendem desde o corte inicial até o detalhamento final. Eu ainda uso algumas de dentista quando preciso.
Em seguida roubei um pratinho da cozinha e dei uma aquecida na massa. Para maiores quantidades usa-se um forno, mas no caso não foi preciso. A massa, depois de aquecida, é muito fácil de ser moldada.
Coloquei a massa na peça para pegar a forma.
Em seguida fui desbastando.
Aqui a massa já removida da peça. Para limpar a peça eu a escovo com detergente e água. Dá um pouco de trabalho. Nesse ponto eu deixo a massa parada um tempo para ela endurecer e ficar mais resistente ao desbaste. Isso dá maior precisão.
Continuando o desbaste... Com paciência (que não é uma das minhas virtudes) dá para chegar a um resultado muito preciso. Caso retire mais massa do que deveria de um ponto, basta repor acrescentando mais massa e continuar moldando a peça. É importante escolher a densidade correta da massa para a quantidade e complexidade dos detalhes desejados. Eu sempre erro essa parte. Se você escolhe uma dura demais, o trabalho fica marcado e é difícil alisar e deixar no ponto, por outro lado, se escolhe uma muito macia, não consegue detalhar o suficiente. Como essa peça é muito simples, não me preocupei muito e escolhi a que mais gosto de trabalhar, porém se tivesse escolhido uma um pouco mais dura teria sido melhor.
Depois de chegar a forma, para deixar a peça bem lisa, usa-se um solvente para a massa. Basta passar sobre ela com um pincel bem macio que ela fica igual bundinha de neném. O solvente que eu uso se chama D-Limonene e como o nome sugere, cheira a limão. Na verdade fede a limão. Não é muito agradável. Já tive a brilhante ideia de usá-lo para limpar um kit no qual usei a massa. Limpa que é uma beleza e na hora tudo vai bem, mas depois de um tempo o plástico vira "sangue de alien" como diz o Augusto.
Fiz a peça que vai por dentro e que suporta a haste da roda.
Tudo pronto com a massa, chegou o momento de fazer a cópia em resina. Primeiro faço o molde em silicone (o meu é bem vagabundo) e depois a resina com JET. No final do processo o gasto de massa é mínimo, depois de fazer o molde é só pegar a massa e grudar novamente na massa de onde ela veio e está pronto para novos trabalhos.
Aqui as partes da peça já pintadas.
Abaixo, a peça já no lugar e um pouco de desgaste aplicado. O mesmo nos porões dos trens de pouso.
Nessa parte ainda faltam alguns PEs e outros detalhes, mas vou deixar para o final quando colocar a bequilha e as pernas das rodas.
Um abraço!