Aerógrafo Elaga S3G

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Cesar Ferreira
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Aerógrafo Elaga S3G

Mensagempor Cesar Ferreira » 31 Dez 2016, 15:38

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Recentemente eu recebi o mais novo lançamento da Elaga Aerógrafos, antiga Lince Aerógrafos, uma empresa 100% nacional na produção de aerógrafos. Alugmas semanas atrás eu enviei para a Elaga o meu velho Lince AL-3 para reparo depois de um pequeno acidente. Durante as conversas com o João Elaga que é o proprietário da empresa, ele apresentou a possibilidade de compra do modelo S3G que é uma evolução do Lince AL-3.
O S3G é um aerógrafo de dupla ação independente com mistura interna, evolução do Lince AL-3. Essa evolução conta com uma nova capa de ar que centraliza o bico de tinta com muito mais precisão. Uma nova conexão da capa de ar com o corpo proporciona uma distribuição mais uniforme do ar. Bico de tinta flutuante auto-centralizado sem anéis de borracha. O corpo foi modificado e agora possui uma distância maior de 5mm em relação ao reservatório de tinta, proporcionando maior conforto no manuseio do S3G.
Também foi incorporado um gatilho mais ergonômico com melhor acomodação para o dedo, um novo mecanismo da pinça tornou muito fácil a desmontagem/montagem para limpeza, uma válvula de ar totalmente nova com padrão de rosca de 1/8” na entrada de ar o que a torna compatível com a maior parte de mangueiras que encontramos nos mercado. Todas as peças internas também são cromadas e a agulha recebeu um super polimento com pasta de diamante o que retirou aquela sensação de arranhar que havia no AL-3

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Recebi o meu AL-3 junto com o novo Elaga S3G e a primeira impressão foi muito boa. O S3G possui o mesmo peso do AL-3, mas com alguns diferenciais bem importantes.
O Elaga S3G vem acondicionado na mesma embalagem do Lince AL-3 recebendo uma etiqueta na tampa da caixa para a apresentação do aerógrafo. Há previsão que mais para frente à embalagem mude para o padrão que estamos acostumados onde o aerógrafo é embalado em uma caixa de plástico e acondicionado em uma espuma recortada para uma melhor apresentação.
Externamente eles possuem alguma semelhança, mas o copo do S3G ficou menor no diâmetro o que deixou uma distância maior entre o gatilho e o corpo do copo conforme podemos ver na foto abaixo.

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Ao desmontar determinados pontos do aerógrafo podemos ver que o S3G possui pontos mais refinados em relação ao seu antecessor o AL-3.
Seção frontal do aerógrafo e bico bem feitos.
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Uma coisa chamou a atenção no bico do aerógrafo, percebi um rebaixo em forma de anel no bico do S3G e ao ser questionado sobre esse detalhe, fui informado de que isso diminui o contato entre o bico e a capa de proteção facilitando a sua remoção.
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A proteção da ponta da agulha e do bico possui uma boa abertura e nos testes não apresentou acumulo de tinta em sua borda.
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O bico fica levemente exposto na capa impedindo que possa acontecer retorno do ar para dentro da capa e consequentemente o efeito de bolhas de ar no copo de tinta. Alguns fabricantes optam por deixar que o bico fique faceando com a capa, mas achei a solução da Elaga também funcional.
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Fora os detalhes mencionados acima, o restante das partes do S3G são bem acabadas e feitas com muito cuidado.
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Podemos perceber isso também no acabamento interno do copo de tinta.
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Agora vamos falar sobre o funcionamento do S3G. O AL-3 apesar de ser um bom aerógrafo, resistente a todo tipo de tinta e solvente, havia algo nele que incomodava um pouco que era o movimento da agulha. Ao acionarmos o gatilho a sensação era de algo arranhando dentro do corpo do aerógrafo e as vezes em movimentos mais precisos ele deixava um pouco a desejar. Já o S3G possui um movimento suave e de pouco pressão no gatilho e em trabalhos longos esse ponto é crucial para não causar dores incomodas nos dedos.
Para o teste usei tinta automotiva diluída em Thinner Tempo 2002 que é um solvente bem agressivo para determinados materiais. Como era de se esperar, o S3G comportou-se muito bem. A pressão de trabalho foi estabilizada entre 8 e 10 libras. Com o acionamento mínimo do gatilho, já é possível vermos a saída da tinta no bico do aerógrafo conforme as fotos abaixo.

Acionamento Mínimo
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Acionamento Médio
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Acionamento Máximo
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O teste da pintura também foi bem tranqüilo, mantive uma distância média de 1 a 2 cm do objeto procurando variar um pouco a abertura do traço. Foi fácil desenhar e escrever e não houve cansaço após o fim do teste.
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Além do aerógrafo encontramos uma pequena folha com instruções de uso e vista interna com cada parte do aerógrafo devidamente numerada.
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Mesmo sendo um aerógrafo com traço 0,3 gostei bastante do resultado e principalmente a estabilidade durante os desenhos e escritas. Para quem trabalha com escalas 1/48, 1/32 e 1/35 ele vai ser uma ótima ferramenta para pintura e camuflagem nessas escalas com toda a certeza.
Além dessas características, o aerógrafo possui um excelente feedback do fabricante para dúvidas e manutenção do equipamento além da facilidade de conseguirmos as peças aqui mesmo no Brasil. Ele é mais caro que os chineses que inundaram o mercado nacional, sim ele é, mas a qualidade do material é indiscutível e vale cada centavo empregado nesse equipamento.
Minha única nota negativa se deve pela falta de uma capa de proteção como as dos Badgers, alguns modelos mais antigos da Badger vinham com essa capa em metal e hoje é de borracha. Nós sabemos que mesmo quando armazenados em suas caixas, existem sempre a possibilidade de que algum objeto possa tocar na ponta da agulha e uma capa de proteção viria a calhar. No mais é um equipamento muito bem recomendado.
Cesar Ferreira

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