Eis a transcrição da conversa, pode ser esclarecedora pra quem não estava neste bate-papo:
[8/9/2015, 01:02] Henrique Castro "Yerrcastro" APRJ:
Nunca entendo esses profundores. Tem fotos do avião real parado com ele para baixo e em outras com ele paralelo.
O mesmo com o Gloster Gladiator que estou montando.
Em algumas fotos parado com eles arriados e em outras paralelos
Será que existe uma posição correta para representar um avião estacionado? kkkk
[8/9/2015, 06:52] Seguinte, Henrique:
Os Spitfires (e boa parte dos aviões da época) não tinham um sistema que travavam automaticamente os profundores em repouso.
Quando o piloto largava o manche, o peso dos profundores os levava para a posição "abaixado".
Quando o avião ficava estacionado por mais um tempo, tinha um par de barras metálicas que ficavam guardadas dobradas no canto de ré a boreste do cockpit que servia de trava para o manche e levava os profundores para a posição alinhada.
Algumas equipes de terra (e vários museus) também usavam umas cunhas de madeira pra travar os profundores na posição "horizontal", que obviamente tingam que ser removidas antes do vôo.
Como dava um trabalhinho (e levava um tempo) pra montar e desmontar a traquitana era muito comum aeronaves em "readiness" serem vistas com os profundores arriados.

Parece uma daquelas barras anti-furto que se usava pra travar volante de carro... a diferença é que não tinha cadeado

Outra coisa interessante na foto (é dum cockpit de Spit das primeiras séries) é uma barra preta, à direita, parecida com uma alavanca de mudanças.
Era pra subir o trem de pouso. Semimanual. O cara bombeava aquilo até o trem de pouso subir.
Com um monte de coisas pro piloto fazer logo após a decolagem, era um convite pra dar merda.
Logo eles fizeram um sistema mais automático que bastava acionar uma manete que o sistema hidráulico subia tudo sozinho. Mas nos primeiros Spits era assim, na unha.
O acionador "novo", que continuou basicamente o mesmo até o Mk.24, era assim:

