Das Boot

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Ricardo P-40
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Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:10

Das Boot

O Filme

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Muitos aqui já devem ter visto o clássico de Wolfgang Petersen de 1981 “Das Boot” (“O Barco – Inferno no Mar”), mas acredito que poucos conheçam a verdadeira história por de trás do filme. O filme foi baseado no livro homônimo de Lothar-Günther Buchheim e contou com a participação de dois oficias de submarinos da Kriegsmarine como consultores: O ex-Primeiro Oficial do U-219 Hans-Joachim Krug e o ex-Comandante do U-96 Heinrich Lehmann-Willenbrock.

Não é a toa que é considerado como um dos filmes de submarino mais realistas feitos até hoje. O autor do livro, Buchheim, foi oficial de propaganda da Kriegsmarine e participou como correspondente de guerra durante a 7ª missão do U-96. Sendo que a maior parte da narrativa do livro foi baseada na sua experiência durante essa viagem. Embora a estória do filme em si seja fictícia e os seus personagens também, estão bem claras no filme várias referencias ao U-96 real e a alguns de seus tripulantes verdadeiros. A começar pelo próprio comandante do submarino, “Der Alte – (O Velho)”, no filme interpretado por Jürgen Prochnow, claramente baseado no capitão Heinrich Lehmann-Willenbrock e o correspondente de guerra embarcado, “Leutnant Werner”, (interpretado por Herbert Grönemeyer), que na realidade seria o próprio autor do livro Lothar-Günther Buchheim.

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Cena do filme Das Boot com os atores Jürgen Prochnow ao centro e Herbert Grönemeyer a direita nos papéis do comandante “Der Alte” e “Leutnant Werner” respectivamente.

O capitão Willenbrock entrou para a Kriegsmarine em 1931 e comandou quatro U-Boots (U-5, U-8, U-96 e U-256) e as 9ª e 11ª flotilhas de submarinos durante a sua carreira até o fim da Segunda Guerra Mundial. Porém foi no comando do U-96 que Willenbrock obteve os seus maiores êxitos, tendo afundado no comando deste 25 navios e danificado outros dois, totalizando 194.989 toneladas entre dezembro de 1940 e janeiro de 1942. Por seus feitos nesse período recebeu as Cruzes de Ferro de 2ª Classe em abril de 1940, e 1ª Classe em dezembro de 1940, o badge da Guerra Submarina de 1939 em janeiro de 1941, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro em fevereiro de 1941 e finalmente as folhas de carvalho em dezembro de 1941.

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O Kapitänleutnant Lehmann-Willenbrock logo após a 4ª patrulha do U-96

Em março de 1942, após deixar o U-96, Willenbrock assumiu o comando da 9ª Flotilha de submarinos em Brest – França. Em setembro de 1944, já no posto de Korvettenkapitän, Willenbrock realizou sua última patrulha a partir de Brest a bordo do U-256, poucos dias antes da cidade ser ocupada pelos americanos. Ao chegar em Bergen – Noruega em dezembro de 1944, Willenbrock foi promovido a Fregattenkapitän e assumiu o comando da 11ª Flotilha, posto que manteve até o final da guerra. Passou um ano como prisioneiro de guerra vindo a trabalhar na recuperação de navios afundados no rio Reno logo após a sua libertação. Durante os anos 50 e 60 Willenbrock comandou diversos navios cargueiros, tendo inclusive, junto com a tripulação do cargueiro Inga Bastian, resgatado 57 sobreviventes do navio brasileiro Commandante Lyra incendiado em Laguna – Santa Catarina em março de 1959. Curiosamente o mesmo Commandante Lyra foi o 1º navio brasileiro atacado por submarinos do Eixo em águas territoriais brasileiras em maio de 1942. Em 1969 Willembrock foi convidado a assumir o comando do navio de pesquisas nucleares alemão Otto Hahn, permanecendo no posto durante 10 anos. Em 1974 foi condecorado com a Bundesverdienstkreuz pelos seus serviços no pós guerra, vindo a falecer em abril de 1986 aos 74 anos. Durante vários anos Willenbrock dirigiu a associação U-Bootskameradschaft de Bremen, a qual até hoje leva o seu nome.

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Willenbrock junto ao ator Jürgen Prochnow quando foi consultor da filmagem de Das Boot

Buchheim, nascido em Weimar em 1918, desde cedo demonstrou sua vocação artística, tanto como autor de livros como também como desenhista e pintor, vindo a estudar arte em Dresdem e Munich em 1939. Em 1940 entrou voluntariamente para a Kriegsmarine vindo a se tornar oficial da unidade de propaganda desta e escreveu como correspondente de guerra a bordo de Caça Minas, Destroyeres e Submarinos a bordo dos quais fez inúmeros desenhos e fotografias. No outono de 1941, no posto de 2º Tenente juntou-se a tripulação de Willenbrock e partiu com estes para a 7ª patrulha do U-96 na batalha do Atlântico.

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O Leutnant Buchheim a bordo do U-96 quando fez a cobertura de sua 7ª patrulha

Tendo recebido ordens de fotografar e descrever um U-Boot em ação, escreveu a história “Die Eichenlaubfahrt (A Patrulha das Folhas de Carvalho) em menção as Folhas de Carvalho que Willenbrock acabara de receber, vindo a terminar a guerra com o posto de 1º Tenente. No pós Guerra Buchheim trabalhou como artista, colecionador de arte, dono de galeria, leiloeiro e editor de livros de arte. No entanto seu trabalho mais famoso foi a novela “Das Boot” de 1973, baseada nas suas experiências de guerra, principalmente a bordo do U-96. Publicou ainda mais três livros sobre o tema, “U-Boot Krieg” (1976), “U-Boot Fahrer” (1985) e “Zu Tode Gesiegt” (1988). Ainda um outro livro seu descreveu uma outra viagem sua a bordo de uma embarcação sob o comando de Willenbrock , “Der Abschied” (2000), sobre a vida a bordo do cargueiro Nuclear NS Otto Hahn. “Das Boot” tornou-se filme em 1981, sendo considerado o filme mais caro do cinema alemão e foi indicado para 6 Oscars. Buchheim dedicou os últimos anos de sua vida a sua coleção de arte a qual foi reunida em museu na Baviera em 2001, vindo Buchheim a falecer em 2007.

Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:12

O U-96

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O U-96 retornando a St. Nazaire após a 4ª patrulha

O U-96 real foi lançado em 1º de agosto de 1940 e comissionado em 14 se setembro do mesmo ano sob o comando do então Kapitänleutnant Heinrich Lehmann-Willenbrock. Participou ao todo de 11 patrulhas, 8 delas sob o comando de Willembrock, num total de 425 dias no mar, tendo afundado 27 navios, danificado 4 e tendo causado perda total de um outro, totalizando 223.137 toneladas.

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O U-96 retornando a St. Nazaire após a sua 8ª e última patrulha com Willenbrock como comandante

Além de Willembrock que o comandou até 1º de abril de 1942, teve ainda como comandante outro condecorado com a Cruz de Cavaleiro o Oberleutnant zur See Hans-Jürgen Hellriegel de 28 de março de 1942 a 15 de março de 1943.

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O Oberleutnant zur See Hans-Jürgen Hellriegel na torre do U-96

Comandaram ainda U-96 os Oberleutnant zur See Wilhelm Peters, Horst Willner e Robert Rix. Durante a sua carreira o U-96 esteve incorporado inicialmente a 7ª Flotilha de 14/09/1940 a 30/09/1940 para efeito de treinamento. De 1º de dezembro de 1940 a 31 de março de 1943, ainda incorporado a 7ª Flotilha, passou a condição de embarcação de linha de frente. Em 1º de abril de 1943 foi transferido para a 24ª Flotilha, novamente para missões de treinamento, onde permaneceu até 30/06/1944. Finalmente foi transferido em 1º de julho de 1944 para a 22ª Flotilha, onde serviu como navio escola até 15 de fevereiro de 1945. No transcorrer de suas patrulhas o U-96 sofreu três ataques, dois por embarcações inglesas em abril e outubro de 1941 que não chegaram a causar danos e o terceiro por um Swordfish em novembro de 1941 que causou danos leves e sem vítimas. O U-96 foi finalmente afundado em 30 de março de 1945 em conseqüência de um bombardeio americano a base de Whilelmshaven.

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Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:15

As Insígnias do U-96

Os que assistiram ao filme devem se lembrar do Peixe Espada Sorridente que ficava nas laterais da torre, esse peixe espada realmente existiu no U-96 verdadeiro.

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Duas das torres usadas nas filmagens de Das Boot com o peixe espada em preto

Na verdade ele foi um presente de um artista plástico amigo de Willembrock chamado Kossatz que os pintou no U-96 logo após a terceira patrulha deste no início de 1941, tendo a partir de então Willenbrock o adotado como emblema pessoal.

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Nessa foto aparece Kossatz retocando o peixe espada com Willenbrock e a tripulação do U-96 ao redor

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Detalhe da torre do U-96 com o peixe espada no retorno da 4ª patrulha a St. Nazaire

Em meados de 1941, com a morte de Günther Prien veio a ordem de se pintar o touro bufante, emblema pessoal de Gunther Prien no U-47, em todos os submarinos da 7ª Flotilha, inclusive no U-96, em homenagem a este. Inicialmente foi pintado um único touro apenas na frente da torre, permanecendo os peixes espada nas laterais.

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A torre do U-96 com o touro bufante no centro

No final de 1941 veio uma nova determinação ordenando que se removessem os emblemas pessoais de todos os U-boots, permanecendo apenas os emblemas das flotilhas. A partir de então o U-96 passou a ter apenas um touro pintado em cada lateral da torre.

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U-96 já sem os peixes e com um touro de cada lado da torre

Posteriormente os touros foram pintados em um tamanho maior e próximo ao final da carreira do U-96 os touros voltaram a ter o seu tamanho original, sendo pintado no centro da torre a cifra 247543 BRT. Que na verdade uma alusão exagerada em 30% as toneladas afundadas pelo U-96 até então.

Existe uma grande controvérsia sobre as cores originais do peixe espada do U-96. No filme Das-Boot eles aparecem em preto, talvez por ser essa a primeira idéia que nos passa ao vermos as fotos de época do U-96 ao retornar de sua 4ª patrulha. Porém ao assumir o comando da 9ª Flotilha, Willenbrock adotou o mesmo peixe espada como símbolo desta, havendo várias evidências e testemunhas de que o peixe da 9ª Flotilha era azul. Por essa mesma razão a maioria dos fabricantes de kits tem fornecido os decalques do peixe nessa cor. Porém para complicar mais a coisa, o próprio Willenbrock guardou durante a sua vida toda uma placa de metal recortada no formato do peixe a qual era ocasionalmente colocada no alto do mastro da bandeira do U-96, essa placa existe até hoje e é nitidamente pintada de verde, seria essa a cor do peixe espada original?

Outras interpretações ainda sugerem que ele talvez pudesse ser em vermelho. O fato é que o símbolo se tornou bastante popular na época e foi pintado também nos seguintes submarinos da 9ª Flotilha: U-90, U-91, U-211, U-214, U-217, U-218, U-230, U-256, U-309, U-377, U-407, U-409, U-443, U-450, U-456, U-591, U-595, U-604, U-606, U-621, U-659, U-664, U-739, U-744, U-755 e U-954. Além do mais ele foi fabricado na época na forma de pin e muitos dos tripulantes dos submarinos da 9ª Flotilha o usavam em seus bibícos tal como sugerem algumas cenas do filme.

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Detalhe do peixe espada de um bibico da Kriegsmarine em alumínio pintado de vermelho, provavelmente proveniente de algum ex-tripulante da 9ª Flotilha

Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:18

O Kit

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O Type VIIC da AFV Club

Dos 4 kits do Type VIIC na 1/350 hoje no mercado, o da AFV certamente é o melhor, mas provavelmente o mais complicado de todos de se montar.

Numa comparação apenas superficial , o primeiro kit lançado na escala foi o da Flagman, muito festejado na época por ter sido o primeiro. Mas hoje comparado aos demais é o mais fraco de todos com detalhes muito mal definidos no casco e a ausência dos balaustres das laterais e da cesta da torre, uma vez que o kit não trás nenhum photo-etch e esses também não foram moldados em plástico.

O da Hobby-Boss é o mais recente dos quatro, trás algumas soluções interessantes, como o piso da torre feito em um excelente photo-etch e os tanques laterais moldados em separados que facilitam bastante a montagem. O photo-etch do kit em geral é de excelente qualidade, tanto os balaústres, a cesta da torre, como também tem detalhes que não vem em outros kits como a âncora por exemplo. Porém o kit em si além de ser pouco detalhado no casco e na torre, tem erros grosseiros no formato da proa e da frente da quilha que são trabalhosos de corrigir, a torre me pareceu um pouco estreita demais e ainda observei outros erros menores no formato dos profundores e dos lemes.

O da Revell é um kit bastante interessante, aparentemente eles copiaram a maioria dos detalhes do casco do kit 1/72 nele, inclusive os rebites, de uma forma bastante convincente. Além do mais o casco moldado em duas metades, pode não ser o ideal para os fans dos waterlines, mas com certeza facilitam bastnte a vida de quem vai montá-lo full hull. As peças menores não chegam a ter o mesmo nível das da AFV, mas são essencialmente corretas e podem ser facilmente melhoradas. O kit originalmente vem sem photo-etch, mas a própria Revell tem um set para ele que trás as partes que convém serem substituídas, como os balaústres, a cesta e a serra corta-cabos do alto da proa, além de poder ser usado nele também o set da Voyager que trás muitos outros detalhes além desses. Observei uma pequena diferença de comprimento no casco dele em relação ao da AFV, não sei dizer qual dos dois estaria mais correto, mas não me parece que em nenhum dos dois isso comprometa o resultado final. A única falha realmente do kit é a ausência do quebra ondas em volta do alto da torre. A maioria dos Type VIIC tinha esse quebra ondas e essa é uma peça um pouco difícil de se reproduzir em scratch na escala.

Como eu disse antes o melhor dos quatro kits é o da AFV, mas isso não significa que tudo seja perfeito nele. Os pontos altos do kit são as peças em plástico reproduzidas com uma espessura que só a AFV sabe fazer, quem já viu um blindado da AFV no galho sabe do que estou falando, e a mesma tecnologia ela usou nesses submarinos. Os detalhes e o formato geral do kit são excelentes e batem com a maioria das referencias disponíveis sobre o VIIC. O casco embora não tão detalhado como o da Revell, trás os detalhes essenciais e um conjunto de linhas em alto relevo que se bem exploradas durante a pintura dão um excelente resultado. O photo-etch trás os detalhes mais importantes como os balaústres, cesto da torre e alguns extras como a antena loop, o mastro da bandeira com o sino, os cabos e um conjunto de bandeirolas de vitória. No entanto o que mais me chamou a atenção no photo-etch deles foi o excelente equilíbrio entre flexibilidade e resistência que facilitaram bastante a moldagem de partes mais complicadas como o cesto da torre e a curvatura das grades laterais.

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O galho principal com os balaústres de plástico, já removidos.

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As grades laterais e o cesto de plástico, nesse kit eles são tão finos que quem tiver dificuldades em trabalhar com photo-etch pode usá-los sem grandes prejuízos ao resultado final

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A parte de cima do casco com o convés e o photo-etch

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Galhos com a torre, base expositora e detalhes menores. Quatro torpedos são fornecidos a mais que permitem algumas montagens alternativas bastante interessantes

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Detalhe das laterais da torre

Os pontos fracos que eu observei foram em primeiro lugar, a AFV moldou as partes inferiores do casco com uma certa rugosidade de forma a representar aspereza do metal. No entanto se observarmos as diversas fotos de época onde os VIIC aparecem com o casco fora d’água em diques secos ou mesmo o casco do U-995 que se encontra preservado em Laboe, veremos que o metal do casco era inteiramente liso. Portanto representá-lo de forma áspera além de não proceder, não dá uma boa aparência ao kit depois de pintado, sendo bastante trabalhosa a sua remoção sem danificar as linhas em alto relevo do casco. O segundo problema que eu encontrei no kit foi a junção da parte superior do casco com as duas inferiores. A AFV para facilitar a vida do pessoal do waterline dividiu o casco em três partes, a primeira com o convés e a parte superior do casco, já na cortado na própria altura da linha d’água e as outras duas formando as duas metades da parte inferior do casco. O grande problema, para quem vai montar o kit full hull está na hora de dar acabamento na junção entre a parte superior e as duas inferiores do casco. A questão é que nos tanques laterais tem diversas linhas em alto relevo que passam transversais a junção, dar acabamento na junção sem destruir essas linhas é um trabalho insano de paciência, eu perdi mais de uma semana fazendo isso. O terceiro problema é justamente decorrente do excesso de qualidade, o fato é que algumas peças são tão finas que se partem com facilidade ao ser retiradas dos galhos, sendo que algumas vezes já vem partidas. Isso me aconteceu com o quebra ondas da torre e com os suportes da serra da proa. O primeiro me deu um grande trabalho para consertar dada a delicadeza da peça, já os outros dois eu tive de refazer em scratch pois era inviável consertá-los de tão finos e pequenos.

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No detalhe do casco pode-se observar as linhas do tanque lateral seccionadas pelo corte na altura da linha d’água, assim como a rugosidade da superfície exagerada para a escala.

De resto o kit é excelente, não sendo necessárias grandes intervenções.

luiz carlos-f100
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Re: Das Boot

Mensagempor luiz carlos-f100 » 21 Nov 2011, 18:22

Oi Ricardo blz ...gostei muito do historico do U 96 e o kit parece ser bem interessante depois de pronto.

Abcs
F 100

Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:25

A Montagem

Embora eu já não tenha mais muita paciência para documentar uma montagem passo a passo, seguem algumas imagens das etapas principais da montagem:

Uma das primeiras providencias que eu achei necessária, foi montar o casco de pressão dentro das metades inferiores do casco.

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Até agora para mim não ficou muito clara qual foi a intenção da AFV ao fazer esse casco de pressão tão detalhado, uma vez que com a parte de cima do casco colada não se vê absolutamente nada disso. A única idéia que me vem a cabeça é que talvez eles o tenham feito como alternativa para os que quiserem deixar a parte de cima do casco solta de forma abrir o kit e mostrar o casco de pressão. Um tanto o quanto estranho mas não é impossível que tenha sido essa idéia, uma vez que também repetiram a dose nos kits do Gato. No meu caso eu percebi que era importante montar o casco de pressão aí dentro, pois ele serve de reforço estrutural para as metades inferiores do casco, evitando que elas se fechem ou se abram, rachando as emendas com a parte superior.

Na sequência a baixo a pedreira que é rejuntar e dar acabamento nas emendas do casco, principalmente nos tanques laterais e no alojamento da âncora. A despeito do problema nas fotos dá para perceber a qualidade dos detalhes do kit. Por exemplo a serra da quilha é tão bem feita, que embora alguns sets a tragam em foto-etch, nesse kit eu acho a sua substituição desnecessária.

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A partir desse ponto uma das poucas intervenções no kit que eu resolvi fazer goi substituir os degraus maciços da escada da torre por outros feitos de sprue dobrado, assim como o das linhas ao redor par dar a elas um aspecto mais tridimensional.

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A direita a torre como era originalmente e a esquerda com as modificações,

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E o resultado final com os degraus vazados, no photo-etch do kit vem uma escada opcional, mas que não corresponde a realidade.

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O kit já com as primeiras cores aplicadas. Conforme o excelente conjunto de artigos de Dougie Martindale http://amp.rokket.biz/docs/the_wolf_pack_compr.pdf , o qual recomendo baixarem no link pois trás várias informações importantes para quem quer montar qualquer U-Boot, é muito difícil diferenciar os tons de cinza usado nos U-Boot a partir das fotos da época. No caso eu optei em pintar o casco com o Dunkelgrau 51 pois é a interpretação geral para o U-96 no período da sua 4ª patrulha.

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Uma boa referencia para essa cor é o U-995 que hoje se encontra preservado em Laboe, pois aparenta ter sido pintado com ela.

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Um pequeno teste de encaixe dos photo-etches e uma pequena mancada minha. Eu devia ter feito esse teste antes de pintar o kit, para encaixar os photo-etches eu fui obrigado a alargar os furos e com isso lasquei a pintura ao redor deles, o que me obrigou a vários retoques antes de prosseguir. Fora isso tudo correu bem atestando a boa qualidade dos photo-etches, na foto também dá para perceber o efeito visual das escadas vazadas.

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Aqui outro efeito da minha inexperiência com o kit, confiei que os encaixes desses estabilizadores frontais fossem funcionar bem, mas na hora H descobri que deveria tê-los montados antes da pintura, com isso mais retoques foram necessários.

Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 21 Nov 2011, 18:32


Brettas
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Re: Das Boot

Mensagempor Brettas » 21 Nov 2011, 19:11

Ricardo,
Aprendi mais uma aqui no forum. :ok
Essas histórias dos UBoots são fantásticas e ao mesmo tampo da uma falta de ar danada!
Excelente apresentação e bela montagem e pintura, parabéns!

Giordano
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Re: Das Boot

Mensagempor Giordano » 21 Nov 2011, 19:35

Chiquitito pero cumplidor... :D

Parabéns! :ok Belo histórico. :7

Marcelo Tarkus
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Re: Das Boot

Mensagempor Marcelo Tarkus » 22 Nov 2011, 09:18

"....Em 1969 Willembrock foi convidado a assumir o comando do navio de pesquisas nucleares alemão Otto Hahn, permanecendo no posto durante 10 anos. Em 1974 foi condecorado com a Bundesverdienstkreuz pelos seus serviços no pós guerra, vindo a falecer em abril de 1986 aos 74 anos."


O cara morreu em 1986, e até então ninguém perguntou a ele a cor do Peixe espada???
Tem coisa que não entendo.

A propósito, belo histórico e bela montagem. :ok
Tarkus

Ricardo P-40
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Re: Das Boot

Mensagempor Ricardo P-40 » 22 Nov 2011, 10:11

Marcelo Tarkus escreveu: O cara morreu em 1986, e até então ninguém perguntou a ele a cor do Peixe espada???
Tem coisa que não entendo.

Marcelo,

O Willenbrock foi consultor do filme, existe uma certa dúvida se o peixe preto que foi usado nos modelos do filme foi por indicação dele, ou se foi uma decisão do diretor por razões diversas.

Lembrando ainda que em 1986 não haviam tantos modelos do Type VIIC no mercado tal como existem hoje, talvez por isso o assunto não tenha despertado o interesse a ponto de perguntarem a ele.

Obrigado a todos pelos comentários.

Abs,

Ricardo

edklingon
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Re: Das Boot

Mensagempor edklingon » 26 Nov 2011, 11:11

Fotos na galeria!!!
Qapla´


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